sábado, 18 de janeiro de 2025

" O câncer deixa muitas marcas, mas as emocionais podem doer mais."


    Uma bela manhã de janeiro de 2025, quem diria... Pude acordar, ouvir os pássaros mais uma vez, e penso como Deus é bom. Segundo registro o Colangiocarcinoma intra-hepático mata um percentual muito significativo de pessoas nos 6 primeiros meses, devido a sua agressividade. Existem muitos estudos ainda sobre sendo realizados, eu sou um caso por exemplo, de compreender a manifestação dele em uma pessoa na faixa etária dos 30 anos. 
    Assimilar isso me fez ter mais forças, pois sei que meu sucesso no tratamento pode auxiliar muitas pessoas no futuro. E sim! quando recebemos o diagnóstico uma das primeiras coisas que pensamos é sobre o futuro todo pela frente. Mas o que e quero conversar com você leitor ou visitante é sobre marcas que quase ninguém te avisa.
    Algumas pessoas vão te ferir de muitas formas com seus comentários intencionais ou por ignorância mesmo. Eu não perdi 100% dos meus cabelos devido a quimioterapia, mas enfrentei e ainda enfrento a queda das mechas, alguns dias com mais intensidade outros menos, neste período optei por apenas cortar os cabelos. Porém já ouvi e ainda ocorrem comentários do tipo:

" Ué você ainda tem cabelos?"
" Ela usa esse lenço por ser muçulmana?"
" Nossa seu cabelo está bem ruim"
"Que pele feia, ressecada, passa um creminho" ( Só quem passou pela icterícia, sabe a alegria que é ter uma pele retornando a sua cor e padrões normais, mesmo que demandem tempo)

" Nossa que olho legal, parece de cobra" ( A patologia do fígado, para quem não sabe muda a cor da esclera- parte branca dos olhos também fica amarelada)

    Enfim poderia ficar horas aqui escrevendo sobre... Mas o que eu quero dizer são que essas coisas vão de deixar triste, desmotivar, talvez você chore assim como eu chorei. Todavia não tiram os créditos de sua caminhada e de sua luta. Um dia de cada vez e não desista pois é uma caminhada longa acompanhadas de medos e incertezas que tentam derrubar você a todo custo.

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